Olimpíadas de Tóquio inova e igualdade de gênero passa a ser uma bandeira
Participantes do programa Uma Vitória Leva à Outra

Olimpíadas de Tóquio inova e igualdade de gênero passa a ser uma bandeira

No Brasil, a ong Empodera lidera o debate no âmbito esportivo e é uma das principais instituições a atuar na luta pela igualdade das mulheres em campo.

Adolescentes participantes do programa UVLO
Participantes do programa Uma Vitória Leva à Outra. Foto: ONU Mulheres

Rio de Janeiro. Com o início dos Jogos Olímpicos de Tóquio, a visibilidade das mulheres foi um dos temas mais debatidos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) nesta que já está sendo considerada um marco na história das Olimpíadas para os direitos das mulheres nos esportes. A nova chefe do comitê organizador, Seiko Hashimoto, prometeu elevar de 20% para 40% o total de funcionárias no comitê, além de destinar metade das vagas para mulheres nos jogos.

 “Já passou da hora da equidade de gênero ser uma prioridade”, comenta Jane Moura, co-fundadora e presidenta da ONG Empodera – Transformação Social Pelo Esporte, instituição sediada no Rio de Janeiro que utiliza o esporte para transformação social de meninas e jovens mulheres moradoras de territórios periféricos. “Os esforços para maior igualdade de gênero nas Olimpíadas de Tóquio são fundamentais para estabelecer parâmetros e exemplos a serem seguidos, tanto nas edições seguintes quanto em outras competições esportivas, para continuarmos avançando na garantia dos direitos das mulheres e da equidade de gênero nos esportes.”

Segundo a pesquisa “A prática de esportes no Brasil”, realizada pelo Ministério dos Esportes, 34,8% das meninas abandonam a prática dos esportes até os 15 anos, percentual que cai para 19,3% entre os homens. Em pesquisa realizada pela Onu Mulheres se verificou que a auto-estima das meninas cai duas vezes mais que dos meninos no período de puberdade, dados que apontam para as exigências físicas dos padrões de beleza social que as meninas começam a experimentar. Esses dados ajudam a compreender a ausência massiva de mulheres nos campos, quadras e tatames.      

“O acesso ao esporte, por exemplo, é um direito garantido por lei. Mas, na realidade, o que vemos é que as meninas, especialmente na fase de adolescência, precisam enfrentar tantas barreiras a mais do que os meninos, que elas acabam não conseguindo exercer o seu direito de praticar uma atividade esportiva”, explica Jane Moura.

Para superar essas lacunas e ajudar o Brasil a ter mais representatividade feminina também em eventos esportivos internacionais, a ong Empodera desenvolve projetos para que as jovens conheçam seu potencial e desenvolvam suas habilidades como agentes de transformação da própria realidade. A Empodera também atua diretamente com profissionais esportivos desenvolvendo e adaptando metodologias esportivas para o empoderamento de meninas, além de oferecer suporte técnico para outras organizações na criação de espaços seguros e inclusivos para meninas no esporte.

A criação de redes de organizações que tenham propósitos semelhantes e complementares é essencial para que as meninas tenham suporte significativo na garantia de seus direitos. Até o ano de 2021, 95      organizações que trabalham com o esporte para o desenvolvimento e a mudança social já foram treinadas pela Empodera. Atualmente, a maior parte dessas organizações se conhece, compartilha experiências e boas práticas e busca apoio, quando necessário, para a resolução de desafios relacionados ao aumento da participação de meninas e mulheres no ambiente esportivo e à oferta de condições necessárias para o avanço da igualdade de gênero dentro das organizações e nas comunidades do entorno.

Desde 2019, a Empodera atuou para o engajamento de mais de 1000 meninas , de 10 a 18 anos, no município do Rio de Janeiro por meio do acesso à prática esportiva e oficinas para o desenvolvimento de habilidades para a vida. “Quando combinado com a construção de espaços física e emocionalmente seguros, o esporte é uma poderosa ferramenta para a garantia de direitos e o desenvolvimento do pleno potencial de meninas e mulheres”, finaliza Jane Moura.

Contatos para entrevista:
Jane Moura – Co-fundadora da ong Empodera – jane.moura@empodera.org.br

Assessoria de imprensa:
Angola Comunicação
Raquel Paris
raquel@angolacomunicacao.com 88 98822 9562


Deixe um comentário

16 − quinze =