21 de Junho – Dia Internacional de Luta por uma Educação Não-Sexista e Anti-Discriminatória

21 de Junho – Dia Internacional de Luta por uma Educação Não-Sexista e Anti-Discriminatória

Em 1991, a Rede de Educação Popular Entre Mulheres da América Latina e do Caribe (Repem) instituiu o dia 21 de junho como o Dia Internacional de Luta por uma Educação Não-Sexista e Anti-Discriminatória. Mas será que, ainda hoje, faz sentido termos uma data como essa?

A resposta é sim. Apesar dos avanços, existem muitos obstáculos ainda velados. Vivemos em uma sociedade que historicamente transforma as diferenças em desigualdades. E nós, profissionais da educação, também crescemos e fomos socializadas/os nesta mesma sociedade. Conscientes ou não, reproduzimos cotidianamente as hierarquias de gênero por meio das nossas práticas pedagógicas e institucionais, sejam elas mais ou menos explícitas. Já parou pra pensar, por exemplo, como os gestos, as falas, a linguagem, os julgamentos, os olhares, as atividades, a ocupação dos espaços, e o próprio currículo pedagógico transpassam valores sobre o que é socialmente considerado apropriado às meninas e aos meninos, e quais os seus respectivos lugares na sociedade? Muitas vezes, esses padrões reproduzem discriminações contra as meninas, e afetam diretamente o seu desenvolvimento integral e pleno potencial. Quando nos dedicamos à prática pedagógica, precisamos pensar: que tipo de pessoas queremos formar, e que tipo de sociedade queremos construir com essa formação? Isso envolve questionar as nossas práticas diárias, porque, afinal, o que se educa e como se educa pode reforçar ou desestabilizar as relações desiguais de poder em uma sociedade.

Ao mesmo tempo, também é indispensável o olhar institucional na busca por uma educação não-sexista e anti-discriminatória. Nesse processo, é válido se perguntar: Quantas meninas participam dos projetos da minha organização? Elas conseguem permanecer nos projetos e atividades que oferecemos? Levamos em conta, em nossa programação e elaboração de atividades, os desafios relacionados às responsabilidades domésticas e de cuidados que recaem sobre as meninas em casa? Os horários das atividades acontecem em períodos seguros para o deslocamento das meninas? A nossa organização possui algum cuidado para que a pobreza menstrual não seja um empecilho à permanência das meninas nas atividades pedagógicas? A nossa organização fornece capacitação em equidade de gênero para a nossa equipe? Essas são apenas algumas das questões que as instituições pedagógicas devem levar em conta ao buscar promover uma educação que seja de fato não-sexista e anti-discriminatória. 

Se você ficou curiosa/o, visite o site do Programa Uma Vitória Leva à Outra para avaliar a sua organização e ver o que vocês ainda podem melhorar! No site da Empodera vocês também encontram metodologias abertas para as/os profissionais que desejam inovar e aplicar novas atividades pedagógicas que promovem uma educação crítica e emancipadora, que valoriza a diversidade e a pluralidade, e que educa para a liberdade. Vem com a gente!

Juntas e juntos por uma Educação Não-Sexista e Anti-Discriminatória!

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